Este é talvez um dos temas mais difíceis de entender ou de explicar por parte das seguradoras.
Como já lhe mostrei em artigos anteriores, a minha experiência diz que uma enormíssima parte dos portugueses só faz seguros porque são obrigados. Ou mesmo porque têm medo de que o Serviço Nacional de Saúde não corresponda às suas necessidades ou da sua família. Isto no caso dos seguros de saúde.
Se um seguro não é obrigatório por lei, há uma fortíssima probabilidade de nunca o fazer. Por exemplo, os seguros de colheitas na agricultura tornam-se quase “obrigatórios” face às circunstâncias prováveis de mau tempo, ou semelhantes. Mas há seguros que, não sendo essenciais, podem vir a fazer uma diferença muito grande na sua vida, se os tiver.
É aqui que chegamos aos seguros de acidentes pessoais. O seguro de acidentes pessoais é totalmente facultativo e normalmente só damos por falta dele tarde demais. Ou, pior, nem nunca saberemos que afinal poderia ter sido uma boa opção, porque nunca tivemos conhecimento dela ou desvalorizamos a sua importância.
Seguro de acidentes pessoais: o que é?
Os seguros servem para nos dar segurança. E, infelizmente, só damos por falta deles quando os imprevistos acontecem. Há uma grande falta de conhecimento sobre este tipo de seguros em particular.
De uma forma muito resumida, os seguros de acidentes pessoais cobrem (quase) tudo o que os outros não cobrem. Como sabe, os seguros de trabalho garantem alguma “segurança” no percurso casa-trabalho e durante o horário de trabalho. Tem também o seguro automóvel que cobre uma parte importante das consequências dos acidentes no trânsito e a sua responsabilidade civil.
E quem paga ou compensa as perdas de rendimento, e mesmo os tratamentos médicos, se sofrer um acidente fora desse percurso e horários?
Seguro de acidentes pessoais: para que serve?
Se ficar incapacitado para trabalhar, talvez a sua casa fique paga. Ou talvez não, dependendo do seu tipo de seguro de vida. Talvez passe a receber uma pensão por invalidez por parte da Segurança Social.
Mas será que é suficiente para manter o seu nível de vida? Até mesmo para suprir, por exemplo, as necessidades financeiras relacionadas com a educação e o futuro dos seus filhos? E se – desculpe falar nisto – morrer, quanto dinheiro deixa na conta para a sua família se sustentar?
É aqui que entra o seguro de acidentes pessoais. Por ser mais uma despesa mensal, por vezes é simplesmente ignorado como desnecessário ou não prioritário. A minha intenção não é convencê-lo a contratar este tipo de seguros, mas sim que avalie se é uma opção para si.
Há pessoas que têm possibilidades financeiras para contratar seguros de acidentes pessoais. No entanto, não o fazem porque não conhecem as situações que eles cobrem. Em caso de um acidente grave, verificarão tarde demais que poderiam ter uma vida melhor e com mais qualidade, caso o tivessem feito.
Como saber a apólice do seguro de acidentes pessoais?
Há casos em que o seguro de acidentes pessoais o protege com uma indemnização bastante grande. Alguns exemplos: durante os seus passeios, quando viaja fora do trabalho, ou quando atravessa a rua, pratica desporto ou viaja num transporte público.
Imagine por exemplo que, em virtude de ser atropelado numa passadeira, fica impedido de voltar a trabalhar. Pode ser indemnizado pela seguradora da pessoa que lhe causou o acidente, mas isso não é garantido que aconteça ou que seja imediato.
Pode desequilibrar-se e cair sozinho em sua casa e sofrer um traumatismo craniano com consequências graves, ou até fatais.
Esta última situação aconteceu a um familiar de um amigo meu. Uma queda numas escadas em casa mudou para sempre o futuro daquela família. Nesse caso, alguém lhe paga alguma coisa? Como ficam os rendimentos da sua família daí para a frente?
Se tiver um seguro de acidentes pessoais, em caso de morte ou incapacidade pode por exemplo receber dezenas de milhares de euros. Esta condição também se aplica aos herdeiros. Pode ainda receber uma renda mensal durante 10 ou 15 anos que permitirá à sua família viver com as mesmas condições. Pode igualmente ajudar a pagar as despesas de funeral, para além do que é reembolsado pela Segurança Social.
Quanto custa um seguro de acidentes pessoais?
Em algumas simulações que pedi, os prémios começam em 10 ou 15 euros por mês e vão subindo conforme as opções que escolher.
Mas o que quero que perceba é que não estamos a falar de fortunas incomportáveis para a maior parte das famílias. Pelo menos, nos seguros mais básicos. Às vezes, é apenas 50 euros por ano. Basta que fique de baixa alguns dias para compensar essa despesa.
Permita-me alguma ironia nesta comparação. Algumas famílias podem gastar num seguro de acidentes pessoais o mesmo que gastam no Euromilhões ou Raspadinhas. Têm neste caso uma probabilidade muito maior de receber alguns milhares de euros ou deixá-los aos seus filhos.
Claro que esperemos que nunca aconteça. O que pretendo é que perceba que é algo que é acessível a muitas famílias e que deve considerar seriamente.
Claro que tem de avaliar os custos do prémio. Caso tenha possibilidades financeiras, escolha as coberturas que mais lhe interessam e esteja atento às exclusões.
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Conjunto de coberturas excluídas pelo seguro de acidentes pessoais
Alguns exemplos em que as seguradoras não são normalmente responsáveis:
- Em acidentes em que fique provado que tinha mais de 0,5 g de álcool por litro de sangue;
- Prática de um desporto considerado perigoso;
- Envolvimento em greves, tumultos ou motins.
- Alguns seguros não excluem desportos radicais, embora tenha de pagar um pouco mais.
O segurado tem igualmente de avisar a seguradora sempre que o risco de ocorrer um acidente aumentar. Como por exemplo, se mudar para uma profissão de maior risco.
Como acionar o seguro de acidentes pessoais?
Depois tem de estar igualmente atento aos prazos para acionar o seguro, excepto se não estiver em condições de comunicar com a seguradora. Deve acionar logo o seguro para que possa ter acesso a todo o apoio a que tem direito. E, ao mesmo tempo, para que sejam verificados todos os requisitos para que a indemnização seja paga sem dificuldades ou atrasos.
Tal como em outro tipo de seguros, esta relação de transparência de parte a parte é fundamental.
Qual é o melhor seguro de acidentes pessoais?
É aqui mais uma vez que entra a literacia por parte do consumidor. Deve sempre saber o que está a contratar e que prazos tem de cumprir. Inclusive, deve saber o que está incluído e o que não está contemplado na sua apólice.
Sei bem que este seguro não é para todos. Muitas famílias quase não têm dinheiro para os seguros obrigatórios, quanto mais para um seguro de acidentes pessoais.
Se tiver alguma liberdade financeira, o seguro de acidentes pessoais é uma forma de garantir segurança caso lhe aconteça algum imprevisto grave. É também uma forma de garantir a proteção e futuro da sua família.
As pessoas pensam apenas no seguro de vida que pode pagar o crédito à habitação ao banco. E normalmente em caso de morte, doença ou acidente. Mas esquecem-se que, apesar da casa eventualmente paga, as despesas normais do dia-a-dia continuam.
Fale com o seu mediador de seguros para se informar sobre os seguros de acidentes pessoais, as respectivas coberturas e exclusões. E, claro, os preços.
Há muito por onde escolher. Compare entre várias seguradoras. Algumas têm coberturas interessantes e inovadoras.
Pode acontecer descobrir que era justamente aquilo que procurava e não sabia, para deixar a sua família protegida, aconteça o que acontecer.