Conhece o provérbio “O barato sai caro”? Também se pode aplicar aos seguros. Mas isso não quer dizer que não possa poupar dinheiro nos seguros.
Os seguros são uma das categorias do nosso orçamento familiar mensal. Frequentemente podemos fazer escolhas mais inteligentes do ponto de vista financeiro. As poupanças podem chegar às dezenas ou mesmo centenas de euros por ano.
Vou dar-lhe várias dicas que o podem ajudar a ter os melhores seguros pelo menor preço possível.
1. Não tenha seguros a mais
Esta dica pode parecer estranha, mas há pessoas que aceitam fazer todo o tipo de seguros, mesmo alguns que não precisam. Ou contratam coberturas que nunca vão usar, que já fazem parte de outros seguros que já têm. Ou contratam seguros com valores muito acima do que alguma vez vão precisar.
Seja qual for o seguro que tenha ou que pretende contratar, há sempre um seguro que é o ideal para si. Só tem de pesquisar até o encontrar ao melhor preço.
O problema é que muitas vezes somos preguiçosos e aceitamos o primeiro que nos apresentam. O melhor seguro para nós pode estar exatamente na mesma seguradora. Mas pode estar na concorrência no outro lado da rua, ou noutra página de internet.
Infelizmente, do ponto de vista do consumidor, ficamos sempre muito ligados à seguradora de sempre. Talvez porque é a seguradora onde os nossos pais tinham também os seus seguros e achamos quase uma “traição” escolher outra.
Tem de comparar todo o mercado antes de escolher os seus seguros. E a melhor opção pode até ser ter cada seguro específico em seguradoras diferentes. Ou não, como veremos.
“Mas isso dá trabalho”, dir-me-á. Claro! Mas você é que sabe como quer usar o seu dinheiro.
Tenha em atenção as palavras mais comuns no mundo dos seguros: coberturas, exclusões, franquias, períodos de carência, limites de capital, etc.
Aprenda o que significa cada um destes termos. Isso vai fazer toda a diferença no momento de escolher o melhor seguro para si.
2. Renegoceie os seus seguros
Para além do processo de escolha deve sempre estar sempre pronto a todos os anos renegociar os seguros que tem. O melhor seguro este ano, pode não o ser no ano que vem. Só saberá se fizer novamente a sua prospeção de mercado no ano seguinte. Basta fazer uma ronda por 5 ou 6 seguradoras para saber se continua a ter um bom preço pelas coberturas que quer.
Pode até acontecer que as coberturas que eram importantes para si no ano passado, este ano já não o serem.
Vou dar-lhe um exemplo. Uma amiga minha contou-me que tinha 2 seguros de saúde ao mesmo tempo. Já tinha um há muito tempo e quando a empresa lhe ofereceu um, ela por inércia manteve o dela antigo. Nem se lembrou de o anular.
É importante que saiba que só pode usar um seguro para cada sinistro ou evento. Há alguns que pagam o que o outro não comparticipou.
Mas o valor que lhe devolverem será suficiente para compensar o prémio que paga anualmente? Na maior parte dos casos é apenas dinheiro deitado à rua. As indemnizações não são cumulativas.
3. Consolide os seus seguros
A cada momento deve reavaliar se é melhor para si ter os seus seguros espalhados por várias seguradoras. Ou mesmo se tem ganhos em os ter na mesma seguradora. Isso aconteceu comigo.
A dada altura, após pedir várias simulações, verifiquei que se juntasse vários seguros na mesma, compensava largamente um aumento num deles. Embora um deles ficasse mais caro do que o que tinha antes, o que iria poupar nos outros compensava. Tem de fazer as contas é ao total que paga em seguros por ano. Pode ser um valor considerável.
4. Atenção às coberturas
Já o alertei em detalhe para esta questão noutro artigo sobre coberturas (aceder). Dou-lhe só como exemplo o caso de homens que têm nos seus seguros de saúde a cobertura de parto simplesmente porque fazem parte do pacote que contrataram. Acreditem que embora seja raro (espero), acontece.
Ou, se quiser como poupar com o seguro automóvel, pode ter coberturas muito acima do que necessita.
Ou, se se perguntar como poupar nos seguros do crédito à habitação, o seguro de vida pode não estar a atualizar pelo valor em dívida. Estará a pagar até ao fim do contrato pelo valor inicial do crédito. Um colega meu estava nesta situação. Acham muito estranho estarem sempre a pagar cada vez mais ao longo do tempo.
Neste último caso, é normal. Ao ficarem todos os anos mais velhos, o prémio aumenta. Isto porque o risco de morte aumenta e o valor da cobertura mantém-se igual em vez de descer. Pode até optar por esta situação, desde que seja consciente.
5. Atenção às franquias
Ter uma franquia tanto pode ser bom como mau – financeiramente – dependendo do impacto dela no seu prémio mensal ou anual. Ao contratar uma franquia maior, o seu prémio pode baixar muito. Por outro lado, se tiver um sinistro vai ter de desembolsar muito mais do seu lado, anulando por completo a sua poupança.
Eu prefiro normalmente ter a franquia o mais baixa possível. Mas tem de ver caso a caso o que lhe interessa mais e quais são as suas possibilidades financeiras. Seja como for, deve sempre pedir simulações com franquias diferentes. Assim pode decidir com inteligência e saber com o que conta em caso de acionar o seguro.
Há situações em que pode ser mais vantajoso pagar a totalidade da despesa do seu bolso. Em alternativa, vai ter de pagar a franquia e eventualmente agravar o seu seguro na próxima mensalidade. Ou então fica com esse “cadastro” se pretender mudar de seguradora.
Seguro Automóvel
Até 10% de desconto
A proteção e a segurança que o seu Automóvel precisa.
Aproveite o nosso desconto e comece a poupar já hoje.
6. Pagar por ano, semestre, trimestre ou mensalmente?
Muitas seguradoras fazem um “desconto” se pagar o ano inteiro em vez de em parcelas. Esse valor pode chegar às dezenas de euros.
Algumas empresas preferem abdicar de parte do lucro, tendo em contrapartida a garantia de que já têm o dinheiro do seu lado. É uma espécie de fidelização, sem o ser.
Pergunte sempre quanto é que vai pagar por mês. Após a resposta, pergunte se tem vantagem em pagar o ano inteiro de uma vez. A diferença pode surpreendê-lo.
7. Opte pelo débito direto
No seguimento da dica anterior, muitas seguradoras dão mais um desconto se aceitar que o pagamento seja por débito direto. Assim garantem que vão ter lá o dinheiro todos os meses e que não se esquece de pagar. Desde que tenha dinheiro na conta, claro.
Na minha opinião, não só pode ser vantajoso em termos financeiros como é muito mais prático e evita esquecimentos. No caso dos seguros, a falta do pagamento de uma mensalidade pode ter efeitos dramáticos em algumas situações. Em última instância, pode até condicionar o pagamento de uma indemnização.
8. As seguradoras “Low cost”
Sim, são uma forma de poupança nos seguros. O que tem de ter em atenção é as coberturas. O facto de serem mais baratas não quer dizer que não sejam equivalentes às mais caras. Tem de analisar caso a caso.
Há situações em que os preços são mais baratos. E, se a “marca” não é importante para si, podem ser uma boa opção financeira. É uma espécie de gasóleo ou gasolina simples ou de marca branca. Os carros andam na mesma, mas há sempre pessoas com muito medo de estragarem o motor ou de serem enganadas.
Em muitos casos, os preços mais baixos não são sinónimo de falta de qualidade. Devem-se simplesmente ao facto de terem estruturas mais baratas, menos lojas abertas com portas para a rua e menos despesas com pessoal.
O que lhe posso dizer é que já tive seguros de seguradoras low cost e já tive de seguradoras “clássicas”. Como lhe referi, no meu caso, depende mais das coberturas e da minha confiança no apoio ao cliente. Mais do que propriamente do nome da seguradora.
Procuro sempre o melhor e mais barato, seja em que seguradora for. E troco as vezes que forem necessárias.
9. Procure as promoções
Há situações que são um clássico. Por exemplo, na Black Friday, ou nos Dias do Pai, da Mãe, do Animal, entre outras efemérides. Há promoções específicas que podem representar uma boa poupança para si.
Esteja atento nesses dias e vá aos vários sites das seguradoras à procura de promoções. Siga-as nas redes sociais e não desperdice oportunidades.
Outra situação a que deve prestar atenção e perguntar antes de assinar o seguro é se têm preços especiais. Há descontos para determinados grupos profissionais, adeptos de alguns clubes ou para algumas empresas específicas. Por exemplo, a minha mulher por ser professora tem melhores preços numa determinada seguradora do que eu. Logo, o seguro ficou em nome dela.
Como exemplo contrário, a SIC (onde trabalho) tem um protocolo com uma seguradora que faz um preço “especial” aos colaboradores. Comparo sempre antes de decidir. Pode haver descontos especiais para polícias, advogados, etc. Pergunte sempre. Pode poupar com esta pergunta mais algumas dezenas de euros.
10. Junte os seus seguros
Como lhe referi anteriormente, há situações em que juntar todos os seus seguros na mesma seguradora pode trazer-lhe muitas vantagens, sobretudo financeiras. Até pode ficar a pagar mais num deles, mas o que vai poupar na soma de todos eles pode ser uma grande poupança.
Outra vantagem é que reduz a probabilidade de estar a pagar coberturas repetidas. Basta pedir ajuda ao apoio ao cliente. Vão analisar toda a sua carteira de seguros e transferir coberturas de um seguro para o outro e anular as redundâncias.
Se não compensar juntar todos os seguros na mesma seguradora, não há nenhum problema em manter cada seguro específico na melhor seguradora disponível. Mas reveja esta situação pelo menos uma vez por ano.
11. Contacte um mediador de seguros
Ao contrário do que possa pensar, muitas vezes os melhores preços estão nos mediadores de seguros. Eles têm uma margem de negociação que as marcas específicas não têm. Há situações em que até conseguem melhores preços do que as seguradoras low cost. Imprima várias simulações e leve a vários mediadores na sua cidade para ver se têm uma proposta melhor.
Para além disso, eles estão disponíveis e interessados em dar-lhe atenção personalizada. Contactar uma pessoa que percebe de seguros e que seja experiente, a quem possa ligar em situações de emergência, pode fazer toda a diferença.
Em resumo, os seguros podem ser uma grande despesa mensal ou anual no seu orçamento. No entanto, alguns são mesmo obrigatórios e outros são altamente recomendáveis. Portanto, já que os tem ou deve ter, siga estas dicas. Assim pode ter sempre as melhores opções, pagando o menos possível.
Não se esqueça de que o “barato pode sair caro”, mas não é impossível “ter bom e (mais) barato”. Só depende do trabalho que está disposto a ter para ter o melhor seguro possível ao preço mais baixo.